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sexta-feira, 24 de junho de 2011

AUGUST STRINDBERG

PRÓLOGO POR OCASIÃO DA ABERTURA DO TEATRO ÍNTIMO, EM ESTOCOLMO

Estamos no final do dia, (…)
Reunidos nesta pequena sala
Quase debaixo da terra, por assim dizer,
Protegidos da rua e de seu tumulto
Nesta câmara, propícia às confidencias
Onde poderemos, na intimidade,
Expandir o excesso dos nossos corações
A palavra íntimo vai ser a palavra de ordem do nosso grupo (…)
Mas por favor, não exijam de nós nada de novo
Ou de sensacional
Não irão ver aqui senão a velha lenda da vida
Todas as suas faces, todos os seus horrores
O bem e o mal, a grandeza e a pequenez
Intimamente, sem dúvida, mas com confiança e gravidade.
Não se pode sorrir sempre
E a vida nem sempre é muito alegre…
Começamos, esta noite, com uma tragédia
E as tragédias não são muito divertidas!
Dito isto, já podem imaginar o que virá neste espetáculo de “diferente”.
O que quero dizer é que aqui abreviamos os sofrimentos. (…)
Quando tiver começado o espetáculo, quando o pano subir,
Debaixo de cem luzes, ou mais, nós atores nos mostraremos
Enquanto vocês, na sombra ocultos,
Terão os sentimentos e os olhares protegidos.
Não julguem duramente aqueles que vão se expor
Quer às correntes de ar, quer às luzes da cena
Enquanto vocês ficarão na platéia escondidos, (…)
Nós e o nosso poeta vamos travar batalha
E vocês, tranquilamente, nos olharão
Iremos reviver no sofrimento
Um pouco a vida humana e em breves instantes!
“Piedade e temor”, tal era a exigência dos Antigos
Quanto à tragédia, piedade pelos que são postos à prova
Quando os deuses, em reunião secreta
Agitam os destinos diversos e variados
Dos filhos dos homens!
Nós, os modernos, já evoluímos
E mudamos de tom:
Humildade, resignação
No caminho que leva
Desde a ilha da vida até a ilha da morte.

August Strindberg


Não conhecia Strindberg...assisti ontem a Pré-Estréia da peça Cruel (baseada na tragicomédia Os Credores, escrita em 1888) e fiquei impressionada com seu texto tão atual, suas verdades dilacerantes e a crueldade dos seus personagens.  

Mesmo não querendo, conseguimos nos identificar em várias situações ali expostas...é o homem em conflito com seus valores, seus desejos, suas fraquezas. 


Quando acabou fiquei com gostinho de "quero mais"...



O espetáculo estreia no dia 27 de junho e fica em cartaz no Teatro Faap até 04 de outubro. As apresentações são em dias alternativos: às segundas e terças, às 21h. Ainda não foi aberta a temporada de viagens...mas se a peça for em sua cidade... não perca!!!  


SUPER INDICO!!!!



"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar". August Strindberg

terça-feira, 21 de junho de 2011

Eu achei que era pra sempre

Houve um tempo em que qualquer silêncio da parte dela, eu imaginava despedidas ao ritmo de tango argentino com sanfonas ao fundo.
Depois eu cresci...aprendi sobre seus silêncios, suas pausas, seus medos, suas vontades.
E acreditava que não importava o que acontecesse...distância, doenças, discussões, medos, inseguranças, etc, nada iria nos separar.
Éramos eternas...eramos sempre...simplesmente éramos.
E se não havia medo não havia dor....simplesmente tinha certeza que nada abalaria as estruturas definitivamente.
Mas acontece que ela é de carne e osso...com suas vontades...seus anseios...seus conceitos e preconceitos...ela é feita das suas próprias idéias...da sua força e da sua fraqueza também.
Eu achei que minha avó estaria aqui pra sempre... e a dor de constatar esta inverdade é física...dói...dilacera...entristece
Mas o meu tempo...não é o mesmo tempo dela...e eu preciso respeitar isso.
Eu só quero que ela saiba, antes de partir de uma vez, que ela marcou profundamente o meu ser...que nunca haverá ninguém capaz de ocupar o seu espaço no meu coração e que eu tenho certeza de que nunca serei capaz de encontrar alguém que me faça tão feliz como ela me fez... mas serei feliz...
Falta um dia para a chegada do inverno...mas este ano..ele se antecipou...


ps: Gente, só para explicar, que Graças a Deus, minha avó está muito bem...eu apenas usei um sonho como base...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

COMEÇAR DE NOVO

Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!...

Às vezes acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!...

Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça cada amanhã.

Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante solar.

Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto. Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.

O fracasso visitou-nos em algum tentame de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminha para o êxito desejado.

Temos sido desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.

Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo.

O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.

Desfaçamo-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito! Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.

Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e de aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.

Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.

Ditado pelo Espírito Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier
Do Livro: 'Alma e Coração'

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Por que não??

"Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem "Por quê?"
Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo "Por que não?"

-- George Bernard Shaw

domingo, 5 de junho de 2011

Esse seu olhar...



Este Seu Olhar
João Gilberto
Composição : Tom Jobim

Este seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso
Acreditar...
Doce é sonhar
É pensar que você
Gosta de mim
Como eu de você...
Mas a ilusão
Quando se desfaz
Dói no coração
De quem sonhou
Sonhou demais
Ah! Se eu pudesse entender
O que dizem os seus olhos...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

...



Eu gosto tanto de reticências
Porque nelas se engloba um mundo inteiro...


Um mundo de vontade...
Um mundo de intenções...
Um mundo de palavras que não podem ser ditas...


E quais as minhas atuais intenções? Eu não sei...
Quais são as minhas vontades? Eu não sei...
Quais as palavras que quero gritar ou esconder? Eu juro que não sei...


Que falta me faz saber o que fazer e o que falar e o que lutar por...
As reticências não me ajudam agora...


Que falta eu estou sentindo de mim....


Acho que a única coisa que eu sei é que estou precisando de colo e aconchego...

MOMENTO MONSIEUR BINOT



Monsieur Binot
Joyce
Olha aí, monsieur Binot
Aprendi tudo o que você me ensinou
Respirar bem fundo e devagar
Que a energia está no ar
Olha aí, meu professor,
Também no ar é que a gente encontra o som
E num som se pode viajar
E aproveitar tudo o que é bom
Bom é não fumar
Beber só pelo paladar
Comer de tudo que for bem natural
E só fazer muito amor
Que amor não faz mal
Então, olha aí, monsieur Binot
Melhor ainda é o barato interior
O que dá maior satisfação
É a cabeça da gente, a plenitude da mente
A claridade da razão
E o resto nunca se espera
O resto é próxima esfera
O resto é outra encarnação!!!

Sempre amei esta música...desde quando ouvia pequena Joyce cantando na Vitrola da minha mãe e depois no CD... mas hoje eu me encantei com ela novamente... ouvi a filha de Martinho da Vila Maíra Freitas...pena que não achei a versão no youtube...mas fica a dica pra vocês...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

JUNHO PELOS OLHOS DA BORBOLETA


Que Junho venha assim...

Com cheiro de milho...
Multicolorido como as bandeirolas que enfeitam as ruas...
Que faça minha alma subir como o balão que vara o céu azul estrelado... 
Que traga dança...xote e baião no salão... 
Que me aqueça como aquele licor adocicado 
Que Junho seja tão bom...que me faça esquecer de maio...



"Porque o que a gente leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar" 




Junho pelos olhos da Borboleta



É junho. Já sinto o cheiro de mugunzá. De pamonha. Canjica. Já os pés mais leves de quadrilhas lembradas e esperadas. Já cores e promessas de risos a mais. Um último réquiem para maio: começaste muito pior do que terminaste. Em algum momento me trouxeram de volta o riso. Trouxeram-me a espera e a inquietação. Não faz mal, melhor o tanto querer que me agita que a apatia e desesperança. 

É junho e há tantas cores a mais. E vestidos. Bandeirinhas e balões. Há mais música, sanfonas choradeiras a me convidar o corpo. Há anseios por salas de reboco. Há inesperadas coreografias ou ensaiados passos. Há chuva, mas de bala. Há santos que casam e tantas simpatias. Acho lindo esse nome: simpatia. É lúdico e escorre da língua. Dá vontade de sorrir. 

É junho e há um certo cansaço de fim de semestre, mas é morosidade de fim de tarde e rede na varanda chupando rolos de cana. É doce. O corpo se lembra de se saber carne. Gosto dos momentos finais do semestre, o assombro de alguns, a tranquila certeza de uns poucos, a agitação de muitos. Gosto de olhar acertos e equívocos e já saborear a expectativa do novo, do outro, do próximo.


É junho e há chegadas. Há amiga que cruza o oceano. Traz, nos olhos, no colo e no riso, um saber novo. Eu a espero com um querer bem que se faz abraço e histórias e silêncio, muito silêncio de simplesmente se olhar e saber que uma e outra se são em amor. Há amigas que vem do Sudeste. Ali, de um frio sem espelho aqui. Vêm em encanto, em conversa, em aprendizado. Vêm em entrega. Em revelações. São bárbaras. Desbravam meus caminhos e me dão a conhecer. Eu as espero com varandas, livros e cervejas. Eu as espero com solar afeto. Com risos e danças e juninas belezas.

É junho e as meninas só pensam em namorar. E usam saia que termina muito cedo porque facilita. É junho e eu não preciso chorar porque a sanfoninha chora chora a minha dor. É junho de terreiro iluminado, de fogueiras saltadas, tempo em que eu me amoreno em cheiro de fulô. Junho de cabo a rabo tempo de sentir o sertão latejando no pulso.  


É junho, não mais maio, não ainda julho. 
É junho. Junho. Junho em amarelos. Em sol. Calor de praia. Convite. É junho para os sentidos. Para ver o que há pra se desejar. Cobiça. É junho pra ouvir. Vezes e vezes a voz se fazendo música. Junho para tocar, a pele se fazendo seda. Para provar. Deixar-se ser sabor. Junho para oferecer. E torcer. Junho para despir a tristeza de maio, a angústia de maio, o vazio de maio. Nua de maios, estou pronta. É junho. 

Post escrito por Luciana Nepomuceno...borboleta colorida que nos faz voar junto com ela...
Depois vou fazer um post só de músicas juninas lindas para vocês ouvirem e conhecerem! 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Catharina estrelando em: Conversas no Trânsito



Dirigindo o carro, um sambinha tocando no som, e Cathy começa... 


Mãe, você me dá aquele negócio que a gente vê com os dois olhos?

O quê Cathy? (olhei pelo retrovisor)

Aquele negócio mãe...assim oh... que a gente vê com os dois olhos...



Ahhhh... um binóculo?  Você quer um binóculo? Mamãe te dá sim... (pensando na mesma hora que ela realmente é uma "mini me")


Mas mãe... eu não quero de aniversário não viu? (acho que porque de aniversário ela quer sempre presentes grandes.. rsrsr) 


Tá bom filha... mamãe não vai te dar de aniversário não.. até porque seu aniversário está longe agora... só ano que vem. 


Ehhh né mamãe... tá longe mesmo...ainda vai passar setembro, OUTEMBRO, novembro.....

Outembro não Cathy... Outubro!

(desta vez eu a corrigi na hora...mas passado um minuto ri da lógica infantil que é tão perfeita...) 

A dona do pedaço...