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quinta-feira, 2 de junho de 2011

JUNHO PELOS OLHOS DA BORBOLETA


Que Junho venha assim...

Com cheiro de milho...
Multicolorido como as bandeirolas que enfeitam as ruas...
Que faça minha alma subir como o balão que vara o céu azul estrelado... 
Que traga dança...xote e baião no salão... 
Que me aqueça como aquele licor adocicado 
Que Junho seja tão bom...que me faça esquecer de maio...



"Porque o que a gente leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar" 




Junho pelos olhos da Borboleta



É junho. Já sinto o cheiro de mugunzá. De pamonha. Canjica. Já os pés mais leves de quadrilhas lembradas e esperadas. Já cores e promessas de risos a mais. Um último réquiem para maio: começaste muito pior do que terminaste. Em algum momento me trouxeram de volta o riso. Trouxeram-me a espera e a inquietação. Não faz mal, melhor o tanto querer que me agita que a apatia e desesperança. 

É junho e há tantas cores a mais. E vestidos. Bandeirinhas e balões. Há mais música, sanfonas choradeiras a me convidar o corpo. Há anseios por salas de reboco. Há inesperadas coreografias ou ensaiados passos. Há chuva, mas de bala. Há santos que casam e tantas simpatias. Acho lindo esse nome: simpatia. É lúdico e escorre da língua. Dá vontade de sorrir. 

É junho e há um certo cansaço de fim de semestre, mas é morosidade de fim de tarde e rede na varanda chupando rolos de cana. É doce. O corpo se lembra de se saber carne. Gosto dos momentos finais do semestre, o assombro de alguns, a tranquila certeza de uns poucos, a agitação de muitos. Gosto de olhar acertos e equívocos e já saborear a expectativa do novo, do outro, do próximo.


É junho e há chegadas. Há amiga que cruza o oceano. Traz, nos olhos, no colo e no riso, um saber novo. Eu a espero com um querer bem que se faz abraço e histórias e silêncio, muito silêncio de simplesmente se olhar e saber que uma e outra se são em amor. Há amigas que vem do Sudeste. Ali, de um frio sem espelho aqui. Vêm em encanto, em conversa, em aprendizado. Vêm em entrega. Em revelações. São bárbaras. Desbravam meus caminhos e me dão a conhecer. Eu as espero com varandas, livros e cervejas. Eu as espero com solar afeto. Com risos e danças e juninas belezas.

É junho e as meninas só pensam em namorar. E usam saia que termina muito cedo porque facilita. É junho e eu não preciso chorar porque a sanfoninha chora chora a minha dor. É junho de terreiro iluminado, de fogueiras saltadas, tempo em que eu me amoreno em cheiro de fulô. Junho de cabo a rabo tempo de sentir o sertão latejando no pulso.  


É junho, não mais maio, não ainda julho. 
É junho. Junho. Junho em amarelos. Em sol. Calor de praia. Convite. É junho para os sentidos. Para ver o que há pra se desejar. Cobiça. É junho pra ouvir. Vezes e vezes a voz se fazendo música. Junho para tocar, a pele se fazendo seda. Para provar. Deixar-se ser sabor. Junho para oferecer. E torcer. Junho para despir a tristeza de maio, a angústia de maio, o vazio de maio. Nua de maios, estou pronta. É junho. 

Post escrito por Luciana Nepomuceno...borboleta colorida que nos faz voar junto com ela...
Depois vou fazer um post só de músicas juninas lindas para vocês ouvirem e conhecerem! 

2 comentários:

Ana Paula disse...

É junho e maio acabou-se, foi-se, fim de maio
É junho que traz o friozinho, que gostosínho
É junho que me avisa, metade do ano!
É junho que me faz lembrar de painho e mainha...
lembrar de uma maneira especial, divertida!
É junho que me faz querer maça doce, bem doce
Me diga junho; quero julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro doce bem doce!
mas com um toque de quentão!
Me diga junho você consegue ver?

Anônimo disse...

Que delícia de leitura. Obrigada!!!
beijos, Verena.

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