ENCONTRO DE ALMAS - PARTE I

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São 22h. Faltam apenas 12 horas para ele chegar.  Já sinto que terei insônia.

Repassei pela milésima vez todos os detalhes da programação deste final de semana que estava apenas começando.
Poxa, 10 da manhã? Ele bem que poderia ter escolhido um vôo mais tarde não é? Como vou conseguir estar pronta tão cedo? E ainda sem dormir!

Resolvi tomar logo um chá de camomila, um banho relaxante e apagar todas as luzes, afinal queria estar linda para o nosso primeiro encontro.

Chico e Sininho se conheceram em um destes fóruns de internet, em uma noite chuvosa de domingo, há três meses.  Ele sorria de orelha a orelha, com cada comentário que ela fazia.  Ela, romântica que é, não conseguia conter-se diante de tantas afinidades.

Sininho, decidida, deu seu MSN para que pudessem conversar e se conhecerem um pouco mais.  Nesta mesma noite, uma nova vida se descortinava aos olhos dos dois.

Era um desejo incontrolável de se falar durante horas a fio. As afinidades eram descobertas dia após dia e isso os assustava.... até que finalmente chegou o momento tão esperado.  O dia que iriam se conhecer pessoalmente... nada de emails, webcams e telefonemas. Agora era a verdade nua e crua que se faria presente.

Acordei cedo tomei um cafezinho rápido, pois não sentia fome. Conversei com ele antes dele embarcar e pude sentir que ele estava nervoso também.

10hs.. frente ao portão de desembarque. O avião tinha acabado de pousar. Ai que nervoso! Não sabia onde por as mãos, uma sensação doída de felicidade havia tomado conta de mim.

E eis que surge ele, o Chico dos meus sonhos mais profundos. Cabelo jogadinho, barba por fazer e aquele sorriso de orelha a orelha, que ele sempre ficava quando falava comigo.

Nada mais importava ali... a não ser eu e ele. Nossos olhos fitaram-se com tal intensidade que poderíamos ficar parados por horas... apenas nos olhando.

Não lembro quem deu o primeiro passo... só recordo do momento em que já estava nos seus braços, sentindo seu cheiro e sua pele.  Imaginei mil vezes esta cena, mas nenhuma vez se comparou, ou sequer chegou aos pés, da cena real.  A familiaridade de pertencer àqueles braços, a sensação de aconchego, a forma como nos aninhávamos em perfeita simetria... como duas metades que finalmente se encontraram e acharam a paz.

Engraçado que não nos beijamos nesta hora. Ele me afastou, olhou-me nos olhos e disse que eu era linda... exatamente como ele imaginava... mais baixinha talvez.  E eu, eu não conseguia falar, fiquei muda... até que consegui perguntar como havia sido a viagem.

Caminhamos para o carro e ao colocarmos a sua mala, nossas mãos se tocaram... toda a tensão sexual acumulada, eletrizou aquele instante.  Ele segurando minha nuca, me imprensou contra o carro... moveu seus lábios precisamente para onde sua mão estava e profundamente “consumiu” o meu cheiro... subiu pelo pescoço, mordiscou a minha orelha enquanto sussurrava meu nome com uma voz completamente rouca. Podia sentir seu membro pulsando e tezo,  que me dava a sensação de que iria explodir a qualquer momento.

Ele continuou em direção a minha boca, e eu ali estática, sentindo apenas.... estupefata com o fato de que ele estava conseguindo fazer tantas coisas ao mesmo tempo... cheirar, mordiscar e puxar a parte de trás do meu cabelo... enquanto minhas pernas estavam tão bambas que pensei que fosse desfalecer.

De supetão ele toma a minha boca... com uma urgência de anos de espera... e ali eu sinto que tudo que sonhamos nestes três meses... era REAL! 

Personagens e fatos fictícios. Qualquer semelhança é mera coincidência.  

Ofereço este conto a @Abusada30, que me incentivou a escrevê-lo. Obrigada querida!!!